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    sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

    Rotação do Hearthstone (Standard) – Entenda a necessidade de rotações

    Muitas pessoas começaram a jogar Card Games a partir do Hearthstone, e infelizmente, são levadas a má compreensão do formato Standard por jogadores que não conseguem entender o porquê de não ser legal jogar 10 anos com seu Boom em todos os decks competitivamente (como se eu os tivesse visto em alguma Copa América).

    Depois de realizar muitas discussões com essas pessoas, decidi então fazer esse post com tudo sobre o Standard, ou apelidado graças ao MTG de t2.

    Pra facilitar separarei em tópicos, desde a origem do Standard, até as explicações de outras empresas, exemplos e finalmente o porquê.



    Origem do formato Standard

    Standard foi criado pela Wizard, conhecido também como t2 (tipo 2), para gerar um formato competitivo utilizando o Lore dos últimos blocos lançados para o Magic. Assim a maior parte das cartas tinham sinergia em história, mecânica e um power level controlado (ta, Mirrodin não conta). O formato em 2015 recebeu uma alteração, deixando de “rotacionar” de 2 em 2 anos (alô blizzard), para 1 ano e meio, coincidência? Não, MTG é o TCG mais bem sucedido da história, parte dos nomes de decks tier para Hearthstone vieram do MTG, então é natural que outras empresas se baseiem nas suas ações de mercado, algo “parecido” com o que em economia é chamado de “manuais”.

    A Wizard carregou esse formato para seus outros jogos, e desde então muito dos CGs que começavam a ter uma pool de cartas grande, começaram a fazer.

    Mas você é obrigado a jogar rotacionando? Em alguns jogos competitivamente sim, mas no caso do MTG não, você tem o formato Legacy, Modern, Commander, Pauper, Draft e assim vai, mais ou menos como a Blizzard pretende fazer com o Wild, com a diferença que pelo menos inicialmente apenas o Standard terá campeonatos com profissionais.

    Campeonatos Profissionais apenas em Standard?

    Apesar de inicialmente a Blizzard informar que o formato Standard vá ser o único para pro players, isso não quer dizer que seja assim para sempre. As empresas precisam basear suas ações através da popularidade de seus produtos, ou seja, se os jogadores continuarem jogando Wild a Blizzard terá que fazer campanhas mostrando que ela também cuida do formato, o que fará com que ela realize alguns campeonatos que não sejam Standard. Mas não se iluda, 99% ainda será t2, ai resta rezar para aquele 1% ser Wild.

    Objetivo e motivos para o formato Standard

    Money Print - Não adianta chorar o Boom derramado, o Standard tem objetivos que não só o Money Print. Sim, o Standard também tem como objetivo arrecadar mais dinheiro, afinal não adianta nada manter as impressoras (ou servidores) rodando se ninguém comprar, afinal você já tem seu deck redondinho.

    “Mas então é só lançar cartas melhores, então assim nós seremos obrigados a continuar gastando e utilizaremos nossas cartas antigas”

    Bom, esse argumento tem dois problemas:

    1 - Você não defende que as cartas não rodem para que você possa utilizar as que você já gastou dinheiro? Mas se lançarem melhores, automaticamente você não vai ser obrigado a deixar de usar as suas antigas para usar as novas? Afinal se você visa o competitivo, você precisará sempre utilizar as melhores cartas pro seu deck.

    2 – A cada expansão o Power Level vai subir, chegando em um nível parecido com isso aqui abaixo (primeira match termina em 2:55).




    Sim, isso foram wins no chamado turno zero. E por isso os decks azuis (geralmente mais voltados para controle) são os mais utilizados no formato Legacy (o que seria o Wild no HS).

    Power Level Chegando ao segundo problema, o Power Level dos baralhos a cada expansão subiria mais ainda, o que faria com que a Blizzard tomasse alguma providencia, e ela provavelmente seria o nerf de cartas. Como Hearthstone é 100% digital e pode alterar a qualquer momento o texto das cartas, em vez de banir como acontece nos outros card games, ela simplesmente sairia nerfando, tentando de maneira ineficiente manter o equilíbrio entre decks e a velocidade de partida visualmente aceitável. Não se esqueça, Hearthstone é projetado para ser um E-Sport, ou seja, ele deve ser visualmente simples e interessante, caso contrário poucos assistiriam lives.

    Então seria inevitável que algumas vezes, antes dos bans, acontecesse isso que aconteceu em Fevereiro de 2015 no Pro Tour Modern de Magic.


    Sim, você não está entendendo errado, do Top 8 tinham 2 decks, sendo “apenas” 6 decks do mesmo tipo. E por isso Modern é um formato tão “ame ou odeie” e quando odiado, é por motivos de bans constantes pra tentar manter o formato equilibrado e com menor PL do que Legacy, tudo isso sem rotações.

    Se formos falar em mecânica desse top 8 a coisa piora, 100% dele é aggro. Óbvio que o formato Modern não é sempre assim, cartas serão banidas mas futuramente pode vir a acontecer de novo. Já imaginou você entrar no seu Hearthstone daqui a alguns anos, e ter essa incrível variedade de decks até a Blizzard arrumar um jeito de conseguir colocar os Mid e Control de novo no cenário, nerfando e lançando novas cartas com power level ainda maior? Percebeu? Você chega em um ciclo sem fim de Power Level aumentando e Nerfs/Bans.

    Intimidação de novos jogadores – Quanto maior for a pool de cartas do jogo separadas em diferentes expansões, mais intimidador o jogo fica para novos jogadores. O motivo é simples, diferente dos outros card games que se você quer uma carta, vai la e compra, no Hearthstone você precisa comprar boosters até sair a carta que você precisa ou ter pó suficiente. E se você precisa de várias, como um jogador iniciante, e em várias expansões diferentes, mais difícil de sair nos boosters será. Automaticamente esse jogador novo precisará gastar mais dinheiro para ter seu primeiro deck, ou então demorará MUITO para conseguir fecha-lo, fazendo ele parar muito antes de atingir seu objetivo.

    Um exemplo para esse problema sai do chamado TCG (Magic/Pokémon), e vai para os LCGs da 
    FFG. LCG é um formato em que você compra uma expansão e sabe exatamente o que vem dentro da caixa, e ai que sai o T de Trading para o L de Living, assim, quanto maior a pool de expansões existentes, maior a quantidade de caixas que o jogador precisará para poder jogar com jogadores mais antigos. Por isso a FFG em 2014 anunciou o Reboot de Game of Thrones, um jogo com sua pool demasiada, e a rotação não só para o Game of Thrones 2nd, mas para toda sua linha de LCGs.

    Estagnação de cartas e decks – Basicamente é o que o título fala, algumas cartas e decks vão ser para sempre jogados no formato Wild, já imaginou sem o Standard você ver uma live hoje e daqui a 5 anos e o decks terem a mesma base de cartas, trocando uma ou outra?

    Devo ignorar o Standard e jogar Wild?

    Acho que não deveria, mas sim claro que pode. O problema é que a Blizzard focará no balanceamento do Standard, e como ela não tem ban list, apenas nerf, caso alguma carta nova faça o Power Level do Wild disparar, dificilmente essa carta será nerfada dentro dos próximos dois anos. Ou seja, o Wild será um formato mais “for fun” para você se divertir com combos que não existem mais no Standard.

    Exemplos de rotações bem sucedidas

    Além dos jogos mais famosos (Magic e Pokémon), o principal jogo com rotação que deu certo é o Android Netrunner, com co-criação de Richard Garfield (criador de Magic The Gathering), hoje ele se destaca em 11º colocação como melhor jogo analógico em voto popular, e melhor jogo analógico customizável no site BoardGameGeek.

    BGG para quem não conhece é o IMDB (index) dos jogos analógicos, com mais de 82 mil jogos cadastrados, onde designers e jogadores trocam ideias e criam coisas para seus jogos preferidos.

    Como se programar para o Standard do Hearthstone

    Um dos argumentos que já li sobre o Standard ser um problema é o de você ser obrigado a gastar dinheiro em um jogo F2P (Free-To-Play) para se manter sempre competitivo. Isso não é verdade graças a genial ideia de manter as cartas básicas e clássicas fixas no formato.

    Como? A Blizzard tem seu calendário de lançamento BEM espaçado, diferente de Magic, o que faz com que você possa programar seu pó e ouro para comprar alas assim que saírem, apenas acumulando os dois. O segredo é esse, não quer gastar? Se programe, você terá em torno de 4 meses pra isso, e se você realmente joga competitivo, juntar ouro e pó nesse tempo, não é bem um problema.

    Estou dizendo que é fácil? Não... Mas o competitivo de NADA é fácil, necessita de investimento, e no caso do Hearthstone, esse investimento poderá ser apenas de tempo ainda. E então você deverá se decidir se quer jogar competitivo ou forfun, afinal, forfun você poderá jogar com suas cartas clássicas e básicas “pra sempre”, e o ouro/pó que você acumular tente montar decks Wild.


    Resultado Final


    Não se assuste, suas cartas antigas não vão desaparecer, você poderá jogar no formato Wild ou transforma-las em pó, e o formato Standard proporcionará um jogo mais saudável para você e jogadores novos. Não gostou do Standard? Não tem problema, jogue Wild e se divirta, provavelmente você não estaria participando de Campeonatos Mundiais, e se estivesse, você teria problemas com patrocínios, afinal quem boicota algo que não é saudável ($$$) para a empresa que cria o jogo e para novos jogadores, tem dificuldades com patrocínios e entrevistas. Olhe o exemplo dos jogadores brasileiros que se juntam, mesmo quando estão contra, para tentar fazer levar os compatriotas o mais longe possível e fazer com que o jogo cresça aqui; o ambiente competitivo é maior que você e seu Boom.
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